11 de agosto de 2007

Alguém me explica

A época tauromáquica está aí. Há os fervorosos adeptos e os fervorosos opositores. Eu não gosto. Não gosto mesmo e acho criminoso o que se passa nas praças. Antes, durante e após. Mas ninguém alguma vez me viu ou verá a manifestar-me. Enquanto a tourada fôr legal, temos de respeitar. Falo em legalidade porque não vejo como é que a lei de um país pode permitir a tortura de um animal para deleite de meia dúzia de fanáticos. Mais do que provocar, gostava mesmo que alguem me explicasse. É que não vejo por exemplo, a diferença entre a tourada e uma luta de cães, tirando a tradição claro. E as lutas de cães são ilegais...

ilustração de Banksy

17 comentários:

Marta Araújo disse...

Eu até te explicava. A sério. De boa vontade. Mas não posso faze-lo porque não entendo a tourada nem como uma arte nem como um crime. Por mais estranho que pareça tenho uma opinião neutra. Não aprecio, mas também não detesto.

Já tive inúmeras conversas sobre o tema, até porque tenho familiares ligados à área, e aquela história de que o vale naquilo é o cenário, as roupas, as poses, o glamour, o brilho, o domínio, a dança de forças, etc, ou seja, a noção de arte/espectáculo, não a consigo vislumbrar. Mas certo é que ela existe e esta lá.

Por outro lado, também não consigo alinhar na visão extremista de 'coitados dos animaizinhos. Estão a fazer-lhes muito mal'. Existem regras e pressupostos que são respeitados. Existe ainda um conceito histórico aliado à tourada - que ainda é bem mais patente no país vizinho.

Obviamente que me desagrada a ideia do matar para o espectáculo. Do matar para as palmas. Do matar para o cavalo e homem reinar (ressalvando que o animal não morre na arena). Mas também é verdade que se matam imensos animais de formas ainda mais cruéis e para fins menos legítimos. Ou então não.

Trazer para aqui a comparação com luta de cães e que me parece realmente exagerado e um pouco descabiddo.

GRaNel disse...

A questão é exactamente o que dizes. Cria-se um animal para deleite humano. Tanto num caso como no outro. Também não sou extremista, mas se mandasse neste país acabava com a tourada no mesmo minuto.

"Existem regras e pressupostos que são respeitados" - Nunca levaste com uma bandarilha nas costas pois não? Eu não, mas acredito que doi. E morrer fora da arena também não é solução. As espetadas provocam-lhes febres altissimas e muitas vezes esperam até segunda-feira para serem abatidos. Se isto é dignificar o animal...

António Conceição disse...

Eu tenho pena é que tenham acabado as lutas de gladiadores. Esses também eram criados para morrer na arena.
Mas enfim, há tradições que são mais tradições do que outras, é o que é...

Anónimo disse...

Não há explicação possível!
É supostamente uma paixão, mas não compreendo como alguém é capaz de criar "um tão belo, forte e bravo animal" (é assim que os adeptos os caracterizam) para depois o maltratarem e fazerem sofrer de modo tão cruel só por uns breves momentos de suposta glória...!

Anónimo disse...

Venho só manifestar o meu total desacordo com o conteúdo deste post.
No entanto não o vou discutir.

GRaNel disse...

As paixões são mesmo assim. Nem os aficionados as conseguem explicar... Gostava de ouvir a sua opinião Jorge c.

Anónimo disse...

Caro Granel,

Nunca poderia discutir uma questão cultural complexa como a Tauromaquia numa caixa de comentários. Há questões antropológicas, culturais, geográficas que alimentam a Festa Brava. Eu consigo-me explicar e muito bem. Mas a grande parte das discussões em que me envolvi não acabaram bem. Uma coisa lhe garanto, sou aficionado mas não sou fanático. Nem sei o que isso é. E todas as discussões que acabaram mal foram causadas pelo fanatismo absoluto e pela sensibilidade de algibeira dos meus interlocutores, esses sim, fervorosos qualquer coisa.

Anónimo disse...

Só um pequeno apontamento.
A época tauromáuica abriu no início de Maio. O que está a ver na televisão, não corresponde ao verdadeiro sentido da festa.

GRaNel disse...

Esta última então é fantástica. Não me diga que quando o Infesta joga contra o Arrolhadas de Cima não é futebol só porque os intervenientes não são de qualidade. Se nem os aficionados se entendem então é capaz de ser mesmo altura de ir acabando com isto...

Anónimo disse...

Ó Granel, a sua provocação só me irrita porque faz lembrar as das crianças.
Eu não falei sequer em qualidade, só disse que não eram representativas da Festa. Mas se quer pensar assim força. Masturbe-se à vontade!

GRaNel disse...

Não são representativas da festa porquê? Porque Jorge c. assim o decidiu? São Touradas tambem, ou não?

Fico na mesma na dúvida mas é bonito vê-lo fugir à questão.

Anónimo disse...

Caro Granel,

Eu acredito que goste de ve rally's pela tv. Eu não gosto.
Assim o é com as Corridas de Touros. Falta-lhes metade daquilo que representa a Tauromaquia: o ambiente, o cheiro, a emoção de entrar na Praça, o silêncio ensurdecedor, o brilho da muleta, o sol, o som celestial do Passo Doble, as mulheres na Barreira, o sentido do Touro e, acima de tudo, o sabor da Morte - coisas que nunca entenderá!
Não tente porque não vai sacar nada de mim!

Aguia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Aguia disse...

Pode parecer estranho, mas as touradas não me fazem confusão.

Pronto não gosto de ver um animal sofrer, nunca irei a uma tourada.

Mas por outro lado não quero acabar com as touradas, ja fui um forte opositor das touradas, usava sempre os mesmo argumentos, que é desumano matar um animal ou fazer ele sofrer para deleite de alguns, que este esppetaculo é contra os direitos do animal, que é triste... e que todos aqueles que gostam das touradas são desumanos e deveriam ser colocados na arena.

Mas esquecia-me de várias uma coisa, as festas populares ligadas as touradase a festa brava, o ribatejo e a sua cultura tauromática, o brio e orgulho que existe em dar vida a um touro, o amor e respeito que existe por parte dos toureiros e aficionados perante este nobre animal, etc etc etc etc etc... e o facto que se não existirem as touradas e a festa brava o nobre touro, que tanto as pessoas querem salvar "deste triste espetaculo" deixa de existir.

Enfim, aprendi que há mais razões para a tourada existir, do que para ela não existir.

Rogério Oliveira disse...

É um espectáculo que não gosto de ver na televisão, e nunca me puxou para ir ver ao vivo. Penso que nunca irei ver uma tourada. Não gosto, mas não me oponho. Não tenho nada contra os touros, em contrapartida detesto vacas, acho que essas sim, deviam morrer na arena.

A.Vaz disse...

Como é bela a tradição! Que cenário tão belo ver o touro ensanguentado a lutar pela sobrevivência sem entender o que está a acontecer! Tanto glamour naquele acontecer de arte em o homem prova diante de todos que consegue dominar o animal!!!E todos a bater palmas...afinal temos poder... infligimos dor... o cheiro e a cor do sangue inebria-nos com a "estupefaciência" da superioridade!

E tudo o que vejo é a pequenez desse dito ser superior que sonha ser humano... não compreendo...circo romano dos tempos modernos. Tanto evolução, tanta inteligência e sabedoria apregoada e continuamos a lamber os lábios para sentir o sabor do sangue que arrancamos para nosso prazer.

Definitivamente...não comprendo... e fico triste...

Anónimo disse...

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