15 de julho de 2007

das idioten VII


Quando comecei a ler a notícia, devo confessar que a reacção foi das piores. Este aborto só diz merda - foi o primeiro pensamento. Numa entrevista cedida ao DN onde mais não consta do que alarvidades e auto-promoção, Saramago diz somente isto: “Não sou profeta, mas Portugal acabará por integrar-se na Espanha". Saramago tem já inclusivamente, o nome preparado para este novo país que vai surgir, Ibéria.

A minha inimizade e desconfiança para com Saramago são de longa data. Temos uma péssima relação desde o dia em que por causa dele recorri pela primeira vez aos livrinhos amarelos da Europa-América. O Memorial do Convento era intragável e eu tinha de arranjar solução para o teste que se avizinhava. Detestei na altura a sua escrita e desde aí não mais abri um livro dele. Não gostei e acredito que continuo a não gostar. Escuso-me neste post a comentar a sua escrita. Até porque tenho nas maiores considerações o prémio que Alfred Nobel fez instituir e que Saramago venceu.

Mas nesta entrevista, Saramago (o “Zé” que não faz falta) não fala de literatura, tirando o anúncio do lançamento de um livro novo. Não sei se o livro será bom ou mau mas sei que será um êxito de vendas. Saramago é um fenómeno de vendas só por si, e sabe manter esse estatuto. Nada como mais uma polémica e um diz-que-disse para tirar mais uns livritos das prateleiras. E eu estou a contribuir para essa publicidade gratuita. Mas não podia deixar de me insurgir contra este tipo de profecias. Portugal e Espanha são hoje países completamente distintos e sem elos que nos aproximem. Não nos devemos acomodar e assistir impávidos à ofensiva económica mas sim arregaçar mangas e iniciar a resposta.

7 comentários:

Anónimo disse...

Bem, bem...indignado!!!
Dois erros crassos do Sr. Saramago, obrigar-te a estudar...e referir qualquer tipo de integração de Portugal em Espanha,seguramente imperdoável, na tua perspectiva de ambas as realidades!!!!
Não é novidade o tipo de promoção que este escritor adoptou de há muito para cá... e concordo, quando dizes, que sabe manter o estatuto de fenómeno de vendas.
Pergunto-me no entanto, que propostas terás tu, para a resposta "à ofensiva económica"...esta última sim, confesso, intriga-me!

GRaNel disse...

Desde logo mantendo blindadas aos Espanhois, as acções das grandes empresas nacionais. Nomeadamente as que têm capital Espanhol.

Anónimo disse...

Os livros são da Caminho (e do Circulo de Leitores), e como sou suspeito, porque sou iberista, gosto do homem e dos livros que dele li, preferiria não abordar a questão fulcral do post, contudo, sinto-me na obrigação de te recordar dois pequenos pormenores: vivemos num mundo globalizado, e isso torna-nos vulneráveis, sobretudo em relação aos nossos vizinhos mais próximos, seja geograficamente, como é o caso de Espanha, seja linguisticamente, como é o caso do Brasil; segundo, o capital espanhol está de tal forma disseminado que tudo o que proponhas nos levaria provavelmente à ruína económica e ao afastamento do mercado global e ao "orgulhosamente sós". Mas isto sou eu a falar.

GRaNel disse...

Espanha é hoje o país que mais importa produtos Portugueses e o que mais exporta para Portugal. Tem capital em inúmeras sociedades Portuguesas e tem posição forte nosmaiores sectores da nossa economia. É uma situação neste momento irreversivel. O repto que lanço é qiue não se delapide mais. E isso não implica o "orgulhosamente sós". Implica empresas mais competitivas e que aproveitem cinergias com os nossos vizinhos sem que lhes entreguemos a chave.

Anónimo disse...

Estava a ver!

jg disse...

Caro Granel, tenho que aceitar que no parágrafo "Será-o porque Saramago é um fenómeno de vendas só por si..." o referido "Será-o" só pode ser uma provocação literária à inimizade visceral que dizes nutrir pelo cavalheiro.
Nem sem querer cometerias semelhante errro, verdad?!

GRaNel disse...

Um homem tem de assumir os seus erros. E desde já o assumo. A verdade é que há muito que andava com dúvidas nestas palavras. Obrigado pela correcção. Teve o mérito de me fazer estudar um bocadinho e perceber a idiotice que andava a escrever. É que infelizmente não é caso único.