8 de novembro de 2007

Patricia Melo


Fui à caixa de correio ontem. Por descargo de consciência. Só lá aparecem contas. Contas que de uma forma ou de outra já paguei. Só servem para me irritar e ver como a vida está cara. Ontem, a caixinha vermelha e de porta basculante tinha uma surpresa para mim. O catálogo da Campo das Letras. Peguei nele e pensei, lá está o Natal a chegar, querem que invista os meus cobres. Por esta altura já eu estava com a ignição ligada, pronto a rumar ao Pinguim. E foi aí que me lembrei que há muito não lia um livro da Patricia Melo (hesitei em colocar o link, pela falta de qualidade mas mal não fará certamente), autora brasileira editada pela Campo das Letras. Inferno foi a porta de entrada, a história de Reizinho, um menino vigia que subiu a chefe do Morro. Um livro arrepiante, numa escrita oralizante e sem pudor. A partir daí devorei tudo o que ela escrevia. A diferença de ritmo entre a leitura e a escrita levou-me ao periodo sabático em que estou até hoje. É por isso fácil de perceber que a viagem foi um tumulto. A cada semáforo, a cada paragem, lá dava mais uma espreitadela à espera da novidade. E ela chegou, ali para os lados do Rodrigues. Mundo Perdido é o seu mais recente romance. Não tarda estou a caminho de Aguada. Antes, vou dar um salto à fnac...